Funcionários em greve na entrada da Chesf em Fortaleza
Iniciada na última segunda-feira (15) a greve por tempo indeterminado dos funcionários da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) prossegue em todo Estado do Ceará. Na subestação de Milagres/CE em torno de 80% dos servidores pararam as atividades segundo dados repassados ao Portal OKariri por Luciana Fonseca, Diretora do Sindicato dos Eletricitários do Ceará (Sindeletro). O setor de operação aderiu integralmente segundo ela, mas na manutenção a adesão foi parcial. A mobilização, aprovada em assembleias, é, segundo o Sindeletro, uma resposta da categoria à postura do Sistema Eletrobras, que tenta reduzir benefícios para os trabalhadores. As principais reivindicações dos grevistas são: melhorias no Plano de Cargos e Remuneração, abono salarial, ganho real de 3% e renovação do ACT para atuais e futuros empregados. Há também, de acordo com Fonseca, uma preocupação dos trabalhadores com a atual situação da empresa, notadamente na questão da qualidade do serviço ofertado a população. “A Chesf é um patrimônio da população brasileira, é uma empresa sólida que fomenta o desenvolvimento do Nordeste”, afirmou Fonseca, lembrando que na atual situação a Chesf vai cortar recursos no tocante a patrocínio nas áreas de esporte e cultura. Ela também demonstrou preocupação com o avanço da terceirização nos serviços da empresa. Plano de desligamento Ainda segundo a representante do Sindeletro, a Chesf recentemente colocou a disposição dos servidores um plano de desligamento voluntário do qual, quase 100 funcionários de cerca de 300 no Pólo Ceará aderiram. Pressão No sentido de pressionar o Governo na mesa de negociação o sindicato dobrou a carga horária dos operadores. De acordo com orientações, cada operador deve trabalhar, no máximo, seis horas seguidas, tempo limite para manter a atenção na atividade. Em razão da greve, este tempo de serviço foi dobrado, e caso seja necessário, segundo a sindicalista, será quadruplicado, ou seja, cada operador poderá trabalhar até 24 horas seguidas. Manutenção cancelada Luciana Fonseca informou ainda que uma manutenção estava programada para ser realizada neste final de semana na subestação de Milagres, mas em razão da greve, a gerência local preferir cancelar a ação, que, entretanto, seria realizada com equipe terceirizada. No setor que engloba as subastações de Milagres, Tauá e Icó no Ceará e Coremas/PB há cerca de 80 funcionários apenas, segundo a diretora do Sindeletro. Em sua visão, a subestação de Milagres é fundamental no processo de transmissão de energia da Chesf, uma vez que a energia que atende grande parte do Ceará, inclusive, Fortaleza e Região Metropolitana, passa por ela. De acordo com Luciana Fonseca a população não deve sentir os efeitos da greve. Todavia, ela alerta que caso ocorra uma emergência no sistema, durante a paralisação, será muito mais difícil mobilizar as equipes, ao contrário se todos estivessem trabalhando normalmente.
Repórter: Klébio Leite 19 de julho de 2013
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